18/07/2013

Nos seios fartos do meu travesseiro

Mais uma vez acordo
no auge dos meus 17 anos.
Ainda estou em casa e os sonhos
ainda são aqueles.

A poesia sexual
dança debaixo
do edredom
- são as mãos febris lutando
no escuro.

Flutuam no ar imagens
de um pornô qualquer
que fogem, feito salamandras,
pra debaixo da cama onde
dormem natimortos.

É meu trabalho decifrar esses códigos
diariamente. Trabalho duro
que me arranca o gozo.

A. F.

(35 x 21 cm) de Luiz Telles