29/08/2013

Manhã, tarde e noite


Os homens estão sentados,
a alma fugiu dos homens.
Calados estão, calados...
(Por dentro sussurram nomes.)

Os homens estão cansados,
o corpo venceu os homens.
Parados estão, parados
enquanto urubus os comem...

Os homens estão deitados,
a noite cobriu os homens.
(Os olhos se tornam fado
fadado aos lobisomens...)


A. F.

* Desenho de
Eduardo Flores

4 comentários:

  1. Excelente, meu caro!

    xoxo

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  2. Que sequência do caralho. Muito bom, velho.

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  3. A crueza da realidade, André.
    Todos nós seremos vencidos pelo nosso corpo, homens e mulheres, e a alma acabará sempre por nos ir fugindo nesse processo. Todos seremos cobertos por essa inevitável noite imensa e sem tréguas. É o nosso fado comum.
    Agradeço a tua visita ao meu humilde blog, que agora retribuo com todo o prazer.
    xx

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  4. Acho que Fred está coberto de razão. O poema é fortíssimo.
    Abr.,

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